Hérnia Umbilical

Correção de Hérnia Umbilical: Técnicas e Indicações

A hérnia umbilical é uma condição em que parte do conteúdo abdominal, como intestino ou tecido adiposo, passa através de uma fraqueza na parede abdominal perto do umbigo. Este tipo de hérnia é comum em adultos e crianças, sendo frequentemente descoberta durante exames de rotina.

Diagnóstico

A hérnia umbilical é geralmente diagnosticada durante um exame físico de rotina. Muitas hérnias umbilicais são assintomáticas e não causam desconforto significativo. No entanto, em alguns casos, pode haver dor ou desconforto, especialmente ao levantar pesos, tossir ou realizar atividades físicas.

Sintomas

Os sintomas de uma hérnia umbilical podem variar, mas geralmente incluem:

• Protuberância no umbigo: Uma saliência que pode aumentar de tamanho ao se esforçar ou levantar peso.
• Desconforto ou dor: Pode haver dor ou desconforto na área da hérnia, especialmente durante atividades físicas.
• Assintomática: Muitas hérnias umbilicais não apresentam sintomas evidentes e são descobertas incidentalmente.

Indicações para Correção

A correção cirúrgica de uma hérnia umbilical é geralmente recomendada quando a hérnia causa dor, desconforto ou complicações, como encarceramento (quando o conteúdo da hérnia fica preso) ou estrangulamento (quando o fluxo sanguíneo para o conteúdo herniado é interrompido). Mesmo hérnias assintomáticas são indicadas para cirurgia devido ao risco de complicações futuras. A única exceção para não operar ocorre quando o paciente apresenta outras doenças que contraindicam uma abordagem cirúrgica eletiva, ou seja, o risco cirúrgico/anestésico é superior ao benefício da correção ou probabilidade de complicação desta hérnia.

Tratamento Cirúrgico

A cirurgia para correção de hérnia umbilical pode ser realizada por diferentes técnicas, dependendo do tamanho da hérnia e da presença de outras condições associadas.

Correção Convencional Aberta

Para hérnias umbilicais pequenas, a correção pode ser realizada de forma convencional aberta. Este método envolve uma incisão na área do umbigo para acessar e reparar a hérnia. A vantagem dessa técnica é sua simplicidade e eficácia em hérnias menores, resultando em uma recuperação rápida e com pouca dor. Nas técnicas abertas, também podem ser utilizados diversos tipos de telas, porém, em geral, é indicada a colocação apenas em hérnias com mais de 2 cm ou hérnias recidivadas.

Correções por Videolaparoscopia e Robótica

Para casos em que há outras hérnias associadas, como hérnias epigástricas e ventrais, ou quando é necessária a correção da diástase dos retos abdominais, as técnicas de videolaparoscopia e cirurgia robótica são altamente recomendadas. Nessas cirurgias, serão utilizadas telas que ajudam a prevenir a recidiva das hérnias.

• Videolaparoscopia: Esta técnica minimamente invasiva utiliza pequenas incisões e uma câmera para guiar o procedimento. É indicada para hérnias maiores ou múltiplas. A recuperação é mais rápida e as cicatrizes são menores comparadas à cirurgia aberta.
• Cirurgia Robótica: Oferece uma precisão superior na reparação das hérnias e na correção da diástase dos retos abdominais. A cirurgia robótica proporciona menor dor pós-operatória em comparação com a videolaparoscopia, devido à menor movimentação dos trocartes/portais e menor manipulação dos tecidos. Além disso, essa técnica pode evitar a utilização de drenos, que são incômodos, mas necessários em diversas vezes quando realizada outras técnicas.

Importância do Repouso no Pós-operatório

Independente da técnica utilizada, é fundamental o repouso de atividades físicas por um período de 90 dias após a cirurgia. Este período é essencial para permitir a adequada cicatrização dos tecidos e a integração da tela de reforço na parede abdominal. Atividades físicas intensas ou levantamento de peso prematuro podem comprometer a recuperação, aumentar o risco de recidiva da hérnia e provocar complicações, como infecções ou deslocamento da tela.

Em conclusão, a correção da hérnia umbilical pode ser realizada de várias maneiras, dependendo das necessidades específicas de cada paciente. A escolha da técnica cirúrgica deve ser feita considerando o tamanho da hérnia, a presença de condições associadas e a preferência do paciente, com a utilização de telas ajudando a prevenir recidivas e garantir melhores resultados a longo prazo.

Fontes:

·  Pereira, J. A., & Barbosa, M. T. (2016). "Hérnia Umbilical: Diagnóstico e Tratamento." Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 43(5), 341-346. doi: 10.1590/0100-69912016005005

·  Sandro, A. A., & Sousa, H. P. (2018). "Tratamento cirúrgico da hérnia umbilical em adultos: uma revisão de literatura." Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 54(2), 130-135. doi: 10.5935/1676-2444.20180020

·  Oliveira, M. M., & Silva, C. F. (2017). "Correção da hérnia umbilical: Abordagem minimamente invasiva versus convencional." Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, 30(3), 235-240. doi: 10.1590/0102-672020170003001